A morte de Eduardo Campos trouxe uma tamanha reviravolta na atual
campanha eleitoral. Quando se esperava uma decisão final entre Dilma e Aécio,
hoje mudou tudo para uma decisão final entre Dilma e Marina, com a vitória
desta última. E o PT interromperia o seu projeto de poder cinquentenário no 12º
ano. Será que o PT aceitará isto?
Nunca sabemos a respeito dos tratos entre quatro paredes.
Numa entrevista perguntaram para Aécio Neves o que o diferenciava dos
candidatos majoritários naquele momento (Dilma, Temer, Eduardo Campos e
Marina). Ele respondeu que nunca foi aliado ao PT. E Eduardo Campos foi
considerado um traidor pelo PT por ter se candidatado ao cargo majoritário. Até
então Marina também era considerada como uma traidora.
Eduardo Campos morre e Marina assume em seu lugar. Havia um
ar de satisfação em Lula e outros lulistas presentes no velório. Sempre se
falou que Marina era um Lula de coque. Ou Lula de saias. Lula e Marina têm
perfis parecidos. O filme “Filho do Brasil” poderá ter uma edição “Filha do
Brasil” sem muita modificação. E Marina é “cria” do PT. Dilma, não.
O noticiário mostra um conflito entre os lulistas e os
dilmistas, aqueles lutando para que Lula substitua Dilma na campanha, mas Lula
reluta com medo de uma derrota. O mau governo de Dilma é visto como um mau governo
do PT. E o PT é Lula e Lula é o PT. Lula teme substituir Dilma e ser derrotado.
Uma possibilidade presente. Marina caiu dos céus... Quase que literalmente.
Dilma poderá renunciar à candidatura e o PT apoiaria Marina.
E Lula tem ascendência sobre Marina. Dilma poderá ser substituída até às
vésperas das eleições. E se não renunciar? O PT a cristianizaria. Fácil.
Seria um segundo golpe no espaço de 50 anos. Ah, mas o PT é
um inimigo do golpe de 64. Realmente é. Mas foi um golpe dos outros; agora será
um golpe petista. Portanto “eticamente” aceito.
Será que estarei sonhando?