Há uma grande e bela literatura sobre mitos. E neste mitos
sempre há a procura de um paraíso que, por uma ou outra razão, foi perdido. O
nosso mito mais famoso é o mito de Adão e Eva que perderam o seu paraíso por um
ato desobediência. E é assim que começa o
mito do paraíso perdido. Entre os grupos
indígenas, de modo geral, não se perde o paraíso; ele está à espera daquele que
cumpriram determinada jornada. No mundo cristão à uma busca de reconstrução e/ou
construção de mitos. São os neomitos, ou mitos modernos.
Todos os caudilhos constroem os seus mitos.
Getúlio Vargas localizou o seu mito de origem da Itália de
Mussolini e em parte na Alemanha Nazista. Voltou à razão quando alguns navios da Costeira foram
afundados. Evo Morales foi buscar o seu paraíso na cultura aimara, lá nos
primórdios pré-incaicos. Hugo Chaves construiu o seu mito numa reinvenção histórica inspirada em Simon Bolivar. Lula adotou o paraíso getulista. Sem por nem
tirar. Fez renascer até os anjos sindicalistas. Segundo Hitler o seu paraíso situava-se
numa terra ariana, local que ninguém conseguiu dizer onde ficava. Bem, era
mito. Os comunistas moscovitas fixaram o seu mito de criação no mito do
comunismo primitivo.
São os neomitos, ou
mitos modernos.
A Internet se tornou uma grande difusora de neomitos através
das suas redes sociais. Um deles é que o mundo político brasileiro começou em
01/01/2003. Outro neomito é que o mensalão foi invenção da oposição. A oposição
é outro neomito, pois ela foi esbagaçada. Não existe.
Daria para falar de
muitos deles.
Um neomito que “está correndo” nas redes sociais é do
calendário maia. Um neomito com data para acontecer, com data para desaparecer,
desacreditado. Como tantos outros que passaram e sumiram.
Qual será o próximo?