Eu tenho reservas com estas matérias que resultam de “pesquisas”.
Segundo os resultados de uma pesquisa publicada por Veja[1]
desta semana Brasil é o 3º país (depois do México e da Turquia) em que os
idosos e “quase idosos” são mais felizes quanto à aparência física. Mas pela
quantidade de cirurgias plásticas não parecem ser tão felizes com que veem
frente ao espelho. A imagem refletida não corresponde ao padrão estético
centrado em jovens “sarados”, fregueses de mil receitas para poder se aproximar
daquilo que seria a “imagem padrão”. Os cinquentões e daí para frente veem as
suas imagens se distanciarem do padrão estético.
A medicina estética está aí. Mas não faz milagres.
A pesquisa mostra, também, que os jovens não são muito
satisfeitos.
Nesta pesquisa – ou “pesquisa”? - há algumas questões que
poderão ser consideradas. Os jovens, até os seus 30 anos demonstram uma
insegurança natural, pois é a idade em que estão ingressando no mercado de
trabalho. Ao mesmo tempo em que enfrentam esta batalha, preocupam-se com a
segurança futura.
As pessoas quando ultrapassam a barreira dos 50 anos estão
com a vida relativamente estabilizada e têm a experiência e o conhecimento da
vida. Isto não significa que tenham uma vida tranquila, mas não têm a insegurança
dos mais novos. Ou não deverão ter.
A expectativa de vida do brasileiro apontado pelo Censo de
1960 era de 48 anos. O censo de 2010 apontou uma expectativa de vida de 73,4
anos, ou seja, um aumento de 25,4 anos nestes 50 anos.
Aconteceram outras mudanças neste meio século: a proporção
de sexo passou de 99,8 homens para cada 100 mulheres para 96 homens para cada
100 mulheres. Além disto, o Censo de 1969 mostrava uma média de 6,3 filhos por
mulher; em 2010 esta média baixou de 1,9 filhos por mulher[2].
Uma pessoa que passava dos 50 anos em 1960 era considerada e
se considerava idosa; hoje não. A vida e o mercado oferecem opções prazerosas a
estas pessoas; ajuda-as a estarem bem de vida sem as pressões da sociedade
sobre os jovens. Por outro lado, a longevidade tem trazido doenças que somente
agora estão sendo conhecidas pela medicina e os idosos são clientes dos
medicamentos de “uso contínuo”. Esse deve ser o motivo dos cuidados que os
idosos têm – e devem ter - com a saúde.
A sobrevivência tem um custo alto. E com o SUS que temos...