domingo, 13 de novembro de 2016

Aluízio Estanislau Cherobim - 1929-2011

Certa vez li um artigo afirmando que o português falado em Portugal é um português moderno e o português falado no Brasil é um português medieval. Por este motivo, autor do artigo afirmava que os Lusíadas eram mais inteligíveis aos brasileiros do que aos portugueses. Quando esta (ex-) colônia começou a ser habitada desenvolveu o seu modo de falar dentro condições coloniais e em Portugal manteve o seu português dentro do mundo europeu. Da mesma forma, os imigrantes transferiram para cá as relações sociais das suas pequenas comunidades de suas terras de origem. Estas relações sociais, como das famílias extensas, adquiriram características especiais de acordo com as condições sociais, ecológicas, etc., que aqui encontraram. Origem do que poderíamos chamar de famílias italianas do Brasil. Correntes migratórias de outras origens fizeram o mesmo.

Os primeiros imigrantes formaram colônias com famílias extensas e casamentos endogâmicos. Os filhos destes imigrantes, tantos os nascidos nas terras de origem e os primeiros nascidos na terra de destino formaram o que poderemos chamar de primeira geração nacional. No nosso caso, primeira geração brasileira. Os primeiros casamentos foram endogâmicos. Membros mais velhos desta primeira geração continuaram com os casamentos endogâmicos, mas os mais novos começaram a realizar os primeiros casamentos exogâmicos, isto é, fora da colônia. Na minha família, por exemplo, a primeira geração era composta de cinco irmãos, todos eram homens, os três primeiros casaram dentro da colônia e os dois últimos fora. Todas as noras se adequaram ao conceito de família dado o papel predominante da mamma, neste caso a esposa do casal italiano. A mamma possivelmente tenha tido um papel de maior poder porque fazia parte de um casal que iniciava uma “nova” família.

Os primos tinham uma proximidade que muitas vezes se confundiam com irmãos. Eu tive dois primos nesta condição. Aluízio e Carlito. Eram como irmãos mais velhos que eu não tive.

Aluízio nasceu e morava  em Curitiba. Meu pai morou com o meu tio. Também morava um irmão da minha tia. Os dois eram como segundos pais de Aluízio. Bem mais tarde fui morar com o meu tio e o que o meu pai fazia com Aluízio eu fiz com os dois filhos mais velho dele: pajear. Aluízio era para mim, como disse, um irmão mais velho. Outro primo, João Carlos (Carlito), filho de outro irmão do meu pai, era muito próximo do meu pai. Era o sobrinho mais velho do meu pai e o meu pai o seu tio mais jovem. Aluízio nasceu em 13 de novembro de 1929 e Carlito em 24 de janeiro de 1930. Uma diferença de dois meses e onze dias. Carlito faleceu há 18 anos e Aluízio há cinco anos e pouco menos de quatro meses.


Hoje, 13 de novembro de 2016, Aluízio faria 87 anos. Minhas saudades a este primo que eu considerava um irmão.

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