Fidel
Castro foi a imagem viva do castrismo cubano. Cuba é um país que sempre viveu
sobre regimes ditatoriais. Estão na memoria histórica os regimes de Fulgencio
Batista e de Fidel Castro, incluído aqui o de Raul de Castro. Fulgencio assumiu
o poder em 1933 numa “Revolta de Sargento” em que nomeou a si mesmo chefe das forças armadas, com a patente de
coronel. Manteve o controle de presidentes fantoches até que em 1952 concorreu
às eleições, foi derrotado e deu um golpe de Estado. Em 1959 o regime de
Fulgencio foi destituído, mas ele já havia deixado Cuba no ano seguinte.
Não deve existir um cubano que tenha vivido
fora de um regime autoritário. São 83 anos desde a Revolta dos Sargentos de
Fulgencio Batista até hoje, a morte de Fidel Castro. O que seria democracia
para os cubanos atuais? Seria a Cuba de Fulgencio, que Fidel declarava que se
tornara um cassino de proprietários norte americano. E a oposição aos EEUU
cresceu no caso da instalação dos misseis da União Soviética. Fidel foi hábil ao administrar esta contradição.
O
que representará a morte de Fidel para o mundo? Tenho ouvido e lido na
imprensa. Nada mais do que uma página da história. Talvez alguma coisa a mais
na esquerda latina americana que já se sente órfã de Fidel. O que devemos
pensar como será Cuba com a morte de Fidel e a aposentadoria de Raul.
A
ditadura de Fidel foi uma ditadura militar e todas as participações de
Fulgencio foram quarteladas, iniciando com a revolta dos sargentos. E a
historia nos tem mostrado que as ditaduras militares não dão certo de a
“nomeklatura” cubana é militar. Raul Castro “fardou-se” para comunicar o
falecimento do irmão Fidel. Um presidente “nomeado” que já fala em
aposentadoria. O que e como representará, daqui para frente esta falada abertura
a turismo norte americano, quando os interesses “privados” cubanos estão nas
mãos de militares? E como estão sendo as articulações para a sucessão de Raul
Castro? Como será Raul um presidente aposentado sem o carisma de Fidel?
Nós
brasileiros poderemos nos perguntar: a fortuna que os governos Lula e Dilma
enterraram em Cuba terá retorno? Foi um investimento ou foi um presente? Nós
ficamos com a crise econômica. Um presente como a doação do estoque regulador
de feijão “ao povo cubano”, enquanto que o povo brasileiro está comprando
feijão em pacotinhos de meio quilo?
Uma
curiosidade: uma minha amiga comentou que a sua cunhada quando vai a Cuba fica hospedada
na casa de uma família cubana. E comenta como os cubanos vivem bem. Lembrei-me
deste comentário quando a correspondente da TV Globo deu a notícia do
falecimento de Fidel. Segundo ela, estava hospedada com uma família cubana,
mostrou imagens da casa e dos familiares
consternados com a morte do comandante. Um eficiente meio de controle. Como
serão os herdeiros dos Castros atuais (os Castros futuros)?
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