É fácil entender FHC porque ele mais
escreve do que fala; registra as suas ideias. Mas nem sempre ele é entendido
porque avulta o analfabetismo funcional. Mas este é outro assunto, para outro
momento. Quanto a Lula é difícil de entender as suas ideias porque não escreve
e a cada discurso expressa uma ideia. E como, tal como o grande chefe, que
ninguém o contesta, não se importa com a coerência da sequência das suas ideias
em suas exposições.
A militância e os escritores de pena
alugada se exasperaram com a entrevista de Ney Matogrosso em Portugal, na mesma
emissora que Lula, semanas antes, havia dado uma entrevista. Foram declarações
diametralmente opostas. Como falei acima, Lula é incontestável, ninguém
contestou a descrição do Brasil que só existe na cabeça de Lula. E ninguém
colocou em dúvida a sua capacidade de análise política, ao contrário de Ney
Matogrosso, que passou a ser apresentado como um artista medíocre comparado a
outros artistas como Chico Buarque e Gilberto Gil. Estes dois artistas são
alinhados à troika petista, diferente de Ney Matogrosso. Logo, foi duramente
atacado pela militância. E também pelos para-militantes. Todos eles, no
entanto, são cidadãos com direito de expor as suas ideias, que poderão ser consideradas
bobagens, só que umas são a favor do grupo que está no poder e o outro contra.
Como a militância é aguerrida e sustentada ideologicamente - e talvez
materialmente – pelo grupo que está no poder, é fácil prever como serão (e como
foram) os ataques.
Estes comentários foram inspirados no
artigo de Aloisio de Toledo César, “Desta vez Lula está com a razão”. Ou seja,
o julgamento do mensalão foi político, 80% político, pois se não fosse ele
estaria na Papuda, atrás das grades, junto aos seus companheiros e homens de
confiança. O autor do artigo sabe o que fala, pois é juiz aposentado do
Tribunal de Justiça de São Paulo.
Disponível em
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,desta-vez-lula-esta-com-a-razao,1160447,0.htm .
Acessado em 15/05/2014.
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