quarta-feira, 14 de maio de 2014

Padim Ciço modernoso



Há um caráter religioso na política brasileira.  Isto ficou evidente a partir de 2003, mas já se notava sinais disto com o aparecimento de Lula na mídia lá pelos anos sessenta. O filme biográfico de Lula deixou isto muito claro. Até o Lula real acreditou no Lula mitológico. Construiu-se uma versão moderna – ou modernosa – do Padre Cícero, o Padim Ciço.

Até hoje, passados dois mil anos, pouco – ou quase nada – se sabe sobre a figura histórica de Jesus Cristo e pouca coisa se sabe da vida (concreta) do Padre Cícero além das descrições mitológicas. A vida de Lula segue o mesmo caminho, o caminho do bem-aventurado e os seus seguidores (a militância lulopetista), os seus beatos. Alguns deles estão fazendo retiro na Papuda, mas o número ainda é muito grande, nas mídias escrita e digital prontos para a defesa do seu bem-aventurado.

Foi nisto que se transformou a política brasileira, uma mistura de Nosso Lar (“vida” de André Luiz) e os cordéis de Joazeiro do Norte, enfim, uma visão modernosa de Padim Ciço.

Pode-se falar e criticar até Dilma, mas há uma interdição para se criticar o Paim, digo, Lula. Critica-se a sacristã, mas não se toque no bem-aventurado. A própria igreja está clamando o “Volta Padim”, digo, “Volta Lula”.

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