Outro dia um ex-aluno, hoje petista ferrenho de
politicamente correto nos estreitos limites de pensamento do seu partido, falou
que eu sempre fui um tucano disfarçado. Eu já era tucano antes de existir o
partido que tem como símbolo o tucano. Ah, estes desejos de reescrever a
história como balsamos aos erros políticos! Assim sendo, aos olhos petistas eu
sou politicamente incorreto porque leio a Revista Veja. Mas não leio somente a
Veja. Leio outras coisas. Leio até Carta Capital. E ainda recebo Carta Maior,
leituras de cabeceiras do núcleo duro do PT, mas que a gente do núcleo mole
também lê para se manter in. E foi
lendo Veja que encontrei a origem da palavra candidato.
As palavras candidato
e cândido têm origem comum. Candidatus
queria dizer “vestido de branco”, pois ele deveria se apresentar candidus, isto é, imaculado, puro. Quanta
pureza vemos e ouvimos da incumbente
( ou incumbenta) falando mentiras e o
desafiante chamando-a de mentirosa.
Diálogos imaculados. Puros.
Voltando ao início da prosa, diz a boa regra que não pode
haver plural para os substantivos
abstratos. Tem lógica. Como poderei sentir mais de uma saudade de alguém? Como
poderei desejar felicidades. Felicidade e saudades e sei lá mais o quê, são uma
só. Com o terei duas saudades de alguém?
As palavras que comentei encontram-se no link abaixo. E aqui
fico com os meus desejos (Epa! Mais um substantivo abstrato no plural...) de
escrever em português com palavras em português. Chegarei lá?
Nenhum comentário:
Postar um comentário