segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Eu não sou “tucano”. Sou brasileiro.

Uma amiga muito querida enviou-me um abraço e um chamego porque “fui derrotado” nas eleições. Na verdade eu não me sinto derrotado; o que aconteceu é que a minha luta continua. Pelo menos por mais quatro anos.

Dilma recebeu uma herança maldita do seu antecessor e estragou alguma coisa positiva. E não conseguiu fazer nada de mais do que levar o país à recessão. Conseguiu, ainda, a se tornar alvo (para não se dizer suspeita) nos escândalos que acompanharam os governos petistas. E uma candidata a um impeachment.

Minha querida amiga:

Aceito o seu abraço como amiga e não como uma petista que dá um chamego a um “tucano”. Eu não sou tucano. E nunca fui petista. Tive oportunidade de assinar a ata de criação do PT. Não fui porque sempre temi um partido que fosse um braço do sindicalismo. Sentia ser uma volta ao Estado Novo de Getúlio Vargas. Passei por todas as crises das décadas de 50, 60, 90 até as de hoje. Sempre falei pelo que vejo, sinto e observo. As “direitas” sempre me taxaram de esquerda e as “esquerdas” sempre me taxaram de direita. Não mergulho nos mitos modernos de retorno a paraísos perdidos.

No Brasil sempre houve corrupção. Com o  PT a corrupção se tornou algo trivial, normal. Uma corrupção terrível que, além de enriquecer pessoas frequentadoras de paraísos fiscais, tem comprado pessoas, comprado votos, mas o anúncio de oferta de um paraíso tem anestesiado as pessoas. Pessoas inteligentes que mergulham nestes mitos, mais uma mitomania que propriamente um mito.

Olho para as universidades e não vejo mais intelectuais, vejo militantes. Não vejo mais reflexões, mas defesas de dogmas. Nas eleições passadas fiquei decepcionado com um candidato à presidência, que eu sempre admirei com intelectual, que a acompanhava a sua revista sobre política agrícola (não cito o nome porque ele faleceu). Numa de suas entrevistas fez um elogio a regime comunista e a repórter contestou: se em todos os locais em que ele se instalou não deu certo, por que aqui? Ora, respondeu ele, precisamos experimentar para ver se dá certo ou não. Aquilo foi uma grande falta de respeito para com a sociedade brasileira. E é esta falta de respeito pratica contra a sociedade brasileira.

Segundo Dilma o Brasil exporta tecnologia para Cuba e cria pontos de trabalho. Em Cuba! Para construir um porto de mar, de águas profundas. Estes pontos de trabalho são lá, pois o porto fica lá. Enquanto isto acontece por lá, nos nossos portos estão sucateados. Enquanto milhares e milhares de dólares, na próxima safra de grãos voltaremos a assistir filas de caminhões no Porto de Paranaguá que chegam a Curitiba e as vias de acesso para Santos entupidas porque os portos não dão vazão a volume de embarque. Mas o governo brasileiro está construindo uma rodovia de Havana a Mariel para evitar engarrafamentos.  Isto não é um escárnio ao povo brasileiro? Este escárnio se torna mais evidente quando vemos filas de caminhões enterrados nas estradas das áreas produtoras de grãos.

Já que falamos em escárnio, lembremos a politica de combustíveis. Ainda no governo Lula foi enterrada (ou afundada) fortunas no chamado pré-sal. Levou os governadores brigarem por uma quimera. E assim, enquanto gastavam-se fortunas e desviavam-se outras fortunas pela corrupção, a Petrobras vendia gasolina no mercado interno por preços inferiores ao preço pago no mercado externo para “segurar” a inflação para compensar políticas econômicas erráticas.


Isto causou efeitos colaterais que ninguém fala: 1) quebrou o setor sucroalcooleiro despedindo milhares de trabalhadores; 2) a tecnologia desenvolvida para a produção de etanol combustível se torna obsoleta e 3) aumentou a nossa dependência ao combustível fóssil, um combustível “sujo” para o meio ambiente.

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