quarta-feira, 10 de junho de 2015

Crucificação na Parada Gay

Na Parada Gay deste ano apareceu uma representação da crucificação de Jesus. No dia seguinte foram anotadas várias críticas nas redes sociais e na imprensa. Falou-se da apropriação de uma imagem sagrada do cristianismo e que se exigia respeito à crença alheia.

Tenho notado que os gays aqui do Brasil demonstram um tradicionalismo exacerbado. Enquanto de um lado os casamentos heterossexuais se tornam mais simples, quando não se restringem  uma ida a um cartório de registros, os gays ressuscitam todo o ritual desprezado dos casamentos tradicionais.  E, além disto, estão a todo o momento a demonstrar  sua religiosidade, tal é o número de igrejas que fundam ora de denominação evangélica, ora católica.

Investigando quem era a pessoa que encenava a crucificação, era brasileira. Era transexual. Por ser transexual perdeu a sua condição de eventualmente ser cristã? Se for cristã, não se apropriava de nenhuma imagem. E por não ser heterossexual poderia perder a sua condição de cristão. Se estiverem lembrados, outro dia o Papa Francisco falou ao contrário.

Todos os anos faz-se a representação da Paixão em Nova Jerusalém, Pernambuco. Ali não sem considera uma apropriação porque as pessoas não são gays, ou porque a da Av. Paulista foi uma apropriação porque quem encenava não era heterossexual e foi numa parada gay?

Falta de respeito. Será que foi? Será que a representação não desejaria representar a via sacra dos preconceitos que sofrem os homossexuais? Ora, se eles são cristãos têm o direito de usar uma imagem para expressar os seus sentimentos de marginalidade numa sociedade excessivamente preconceituosa, como é a nossa.


Eu achei uma representação cafona , mas devo confessar que ela atingiu aos seus objetivos: chocou e todos discutem.  E chocou mais pelo fato que quem encenou era um “outro”. 

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